AUTOR(ES):

Lays Klécia Silva Lins;

Gabriela Santos da Silva;Plácido

Fabrício Silva Melo Buarque;Flávia de Barros Prado Moura;

 

INSTITUIÇÃO:

Universidade Federal de Alagoas

 

O uso de plantas medicinais é uma dos mais antigos métodos empregados para o tratamento das enfermidades em populações tradicionais no Brasil.

No entanto, é muito comum a confusão entre espécies semelhantes morfologicamente ou que apresentam os mesmos nomes populares, o que pode levar ao uso indevido.

Amburana cearensis A.C. Smith conhecida popularmente como imburana-de- cheiro possuem folhas com propriedade

medicinal em atividade anti-inflamatória, analgésica e antiespasmódica.

Esta espécie pertence à família Leguminosae e encontra-se presente na lista oficial da flora brasileira ameaçada de extinção descrita como vulnerável.

Sob denominação popular semelhante, Commiphora leptophloeos Mart. (imburana-de-cambão) pertence à família Burseraceae e é utilizada no tratamento de doenças do estômago, enjôo e tosse. Assim, este trabalho tem como objetivo realizar protocolos descritivos ilustrativos da morfologia e anatomia de folhas de A. cearensis e C. leptophloeos para a correta identificação das espécies no uso de forma segura por populações tradicionais, pesquisadores e comercialização. As secções transversais da folha foram realizadas à mão-livre, clarificadas utilizando hipoclorito de sódio a 10% e submetidos à coloração em Safranina e Azul de Astra.

Apesar de ambas espécies apresentarem folhas compostas, estas apresentam folíolos de formato diferentes. A. cearensis possui folhas alternas, verdes-claro e nervação camptródroma, enquanto, que C. leptophloeos possui folhas opostas, verdes-escuro e nervação broquidódroma. Dentre as estruturas microscópicas, as espécies possuem características diferentes, quanto ao formato das células da epiderme nas faces abaxial e adaxial, quantidade de camadas do parênquima paliçádico e presença de cavidades secretoras na região do floema. Porém, outros caracteres comuns são importantes como a presença de tricomas tectores, epiderme unisseriada e cristais de oxalato de cálcio nos idioblastos.

Quanto ao pecíolo, as células da epiderme apresentam formato irregular com diferentes tipos de tricomas em ambas as espécies. Na nervura central foram verificadas diferenças quanto ao número de camadas da epiderme e quantidade de idioblastos. Os resultados mostram a presença de caracteres morfoanatômicos distintos, os quais podem ajudar a populações tradicionais e pesquisadores das áreas de química e farmacologia na identificação correta de cada espécie.

 

Fonte: http://www.botanica.org.br/trabalhos-cientificos/65CNBot/8284-BTE.pdf

Em: 23/05/2017

Compartilhar