Conhecida como: amburana, amburana-de-cambão, imburana, imburana-braba, imburana-de-espinho, imburana-femea, imburana-vermelha, imburaninha, imburaninha do sertão, imburaninha de caboclo, pau de abelha, falso imbu, jamburana e emburana. Seu nome popular se deve à pronúncia das palavras em língua tupi y-mb-ú (árvore de água) e ra-na (falso), formando assim a palavra imburana (falso imbu).
A Imburana (Commiphora leptophloeos) é uma árvore nativa na caatinga. A Caatinga (do tupi: ka'a [mata] + tinga [branca] = mata branca) é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. Este nome decorre da paisagem esbranquiçada apresentada pela vegetação durante o período seco: a maioria das plantas perde as folhas e os troncos tornam-se esbranquiçados e secos.
A caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados da Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil).
É o mais fragilizado dos biomas brasileiros. O uso insustentável de seus solos e recursos naturais ao longo de centenas de anos de ocupação, associado à imagem de local pobre e seco, fazem com que a caatinga esteja bastante degradada. Entretanto, pesquisas recentes vêm revelando a riqueza particular do bioma em termos de biodiversidade e fenômenos característicos. (Wikipédia, a enciclopédia livre).
IMBURANA DE CAMBÃO
Informação básica da planta
1 - NOMECLATURA
Nome científico: Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett
Família: Burseraceae
Sinônimo: Bursera leptophloeos Mart. e Icica leptophloeos Mart.
2 - OCORRÊNCIA
Nordeste brasileiro, nas caatingas arbórea-arbustiva de terrenos calcários, é freqüente no vale médio do São Francisco. Registrada também no pantanal mato-grossense.
3 - DESCRIÇÃO
Árvore resinosa com 6-9 m de altura, com copa muito esgalhada e ramos tortuosos, dotada de espinhos agudos e fortes
Caule com até 60 cm de diâmetro, casca do tronco lisa, que se desprende em lâminas finas e lustrosas, muito irregulares, variando de cor conforme a idade da planta (verde quando jovem e laranja-avermelhado quando idosa) deixando exposto o caule de coloração verde.
Folhas alternas, compostas, imparipinadas, de 3-9 folíolos (geralmente 7) de coloração verde claro.
Flores pequenas, de 3-4mm de comprimento, verde bem claro, isoladas ou reunidas em pequenos grupos axilares.
Fruto : cápsula globosa deiscente, com 1,5cm de diâmetro, de cor verde, com polpa agri-doce, comestível quando bem maduros, contendo uma semente rígida e rugosa com diâmetro maior que 1 cm, de coloração negra em seu interior e branca na base, onde é coberta por um arilo vermelho.
A madeira é leve (densidade 0,43g/cm3), de textura média e coloração creme quando recém cortada, passando a castanho claro rosado ao envelhecer. É considerada heliófita e decídua, perdendo rapidamente as folhas com a chegada da estação seca (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
A reprodução é sexuada e ocorre durante a estação chuvosa. As sementes apresentam baixa longevidade quando armazenadas e um quilo de sementes tem cerca de 5.300 unidades. A germinação ocorre em algumas semanas e o percentual de germinação das sementes é inferior a 50%. Também pode ser propagada por estacas (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
Floração: novembro a dezembro.
Recurso floral: pólen e néctar.
4 -USO
Óleo-resina: A resina tem emprego na fabricação de vernizes e lacres e de sua semente se extrai um óleo que tem efeito medicinal.
Apresenta valor madeireiro elevado e diversificado, sendo utilizada na marcenaria, construção civil, estacas, caixotaria, tábuas, portas, janelas, esquadrias, móveis e artesanato (para confecção de carrancas e esculturas diversas).
A extração de óleo na medicina popular é utilizada como xarope (contra tosses e bronquites), tônico, e cicatrizante, no tratamento de feridas, gastrite e úlceras. No Brasil, as sementes de Imburana são utilizadas na preparação de Rapé medicinal.
Com tronco e copa frondosa, pode ser utilizada como planta ornamental na arborização de parques e ruas. Em sistemas agroflorestais é utilizada como quebra vento, além de servir de abrigo e alimento para as abelhas (Abelhas silvestres sem ferrão (gêneros Melipona e Trigona) fazem seus ninhos em troncos ocos de imburana), que por sua vez aumentam o índice de polinização nas plantações, sendo ainda muito usada em cercas vivas.
A resina produzida em seu tronco é utilizada no fabrico de vernizes e lacres. Na manutenção da biodiversidade representa um importante recurso para alimentação de animais silvestres como sagüins, abelhas, mariposas e outros insetos importantes na polinização das demais espécies da área. Seu tronco muitas vezes é utilizado como habitat de abelhas e vespas nativas. Apresenta também valor alimentício e forrageiro (Andrade-Lima 1989; Maia 2004).
Planta decídua, heliófita, xerófita, apresenta dispersão contínua, porém ampla. Tem suas sementes disseminadas por pássaros. Preferem solos calcários, bem drenados e profundos. As primeiras flores aparecem no fim da estação seca (de novembro a janeiro), em ramos ainda desfolhados, mas acompanha o início da nova folhagem na estação chuvosa. Os frutos amadurecem de 4 a 5 meses depois, com o início da queda das folhas Se propaga por sementes e por estacas
O cultivo é feito em canteiros semi-sombreados e irrigado duas vezes por dia. A emergência da plântula ocorre em algumas semanas e a taxa de germinação é inferior a 50%. Antes do plantio definitivo, as mudas devem ser transplantadas para embalagens individuais e mantidas em canteiro de espera por cinco a sete meses, quando então estão prontas para o transplante definitivo em campo. O mercado de comercialização não é organizado, sendo a exploração do tipo extrativista. É uma espécie que requer urgente subsídio para o desenvolvimento de estudos científicos, no que concerne a metodologias de propagação com produção de mudas mais eficientes, em razão da grande demanda da madeira desta planta. Também requer estabelecimento de programas de manejo florestal sustentável e campanhas educativas junto a artesões, apicultores, produtores de comunidades locais e cortadores de lenha.
Informalmente, tem-se o conhecimento de que toras de imburana de cambão, dependendo do diâmetro, variam de R$ 8,00 a 40,00. As peças produzidas com a madeira de imburana são comercializadas em valores que variam de R$ 4,00 a até 5.000,00, a depender da complexidade artesanal da peça produzida, mas não existe uma taxação sobre estes valores, destinada legalmente a serviços de conservação ambiental, planos de manejos e ou de educação ambiental. A falta de incentivo financeiro, aliada a pressão desorientada de exploração têm levado a uma redução do tamanho das populações de imburana, o que num futuro próximo levará a redução na disponibilidade do recurso.